#056 – Além das Profecias e das Distopias
#056 – Já reparou numa coisa?
As pessoas que você acompanha, que você admira. O que você admira nelas?
Para mim, a resposta é simples: a paixão. O propósito. A vocação. O modo como fazem o que fazem.
Não conheço uma autora ou autor que eu admire porque sejam boas cumpridoras de metas. Eu gosto do que fazem porque o que fazem me comovem, me instigam, falam comigo naquilo que existe de mais essencial e verdadeiro.
Está todo mundo falando, hoje em dia, de como manter disciplina, ritual matinal, tantos minutos de meditação diários, tantas palavras escritas por dia. Estamos burocratizando o que há de mais potente em nós. Estamos tentando domar o impulso selvagem, e este é o caminho certo para a aridez do pensamento, o isolamento, o trabalho sem propósito.
Vamos ser francos: a criatividade virou uma commodity. Mas as pessoas realmente inspiradas e inspiradoras são aquelas que derivam a criatividade de um processo espiral, ascendentes e descendente. Elas têm muitas fontes, e todas elas ressurgem numa combinação passional que alia uma urgência de dizer algo com uma necessidade visceral e vital.
Para atuar neste mundo com consciência e integridade, é preciso não se entregar ao sabor dos caprichos, à sedução dos desânimos. É importante, sim, entender o modo como manejamos o tempo, as relações entre tempo útil e tempo livre, os sistemas para preservar um espaço criativo. É importante entender o que fazemos, para não reproduzirmos pressupostos embotados, para que não defendamos o que nunca quisemos defender.
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