Você recebe o e-mail de uma pequena editora. Na mensagem, o editor o congratula por seu original e diz que gostariam de publicá-lo. Mas tem um porém: eles cobram pelo serviço.
Para muitos, a ideia de pagar para publicar é um sacrilégio. Publicar deve ser um endosso editorial, um voto de fé, um apadrinhamento. A editora acredita no autor e levará o livro para todos os cantos, distribuirá a obra em todas as livrarias. O autor já fez muito escrevendo um livro. Ainda terá de bancá-lo?
A questão chave aí é a aposta financeira: o livro endossado, acredita-se, irá vender. Irá pagar-se. Porque para editar, imprimir, distribuir, divulgar, vai tempo, mão-de-obra, uma centena de horas de trabalho, custos logísticos variados. E o valor da venda dos livros terá de superar o investimento. Algumas editoras são bancadas por instituições, banqueiros e mecenas e podem operar no vermelho, mas é uma exceção. No mais das vezes, editoras são empresas como qualquer outra. E lembrar que o livro opera no mundo como qualquer outro produto do mercado pode provocar mal-estar. Eu entendo.
Mas entendo também que alguns dos meus escritores preferidos de todos os tempos, como Manuel Bandeira e Jorge Luis Borges, já pagaram para publicar os seus primeiros livros. A tiragem de 500 exemplares da primeira obra de Drummond foi bancada pelo autor. Ferreira Gullar teve ajuda financeira da mãe, que custeou parte de seu début literário. E a coisa não fica na poesia.
Mas nem sempre vale a pena pagar a uma editora para publicar o seu livro. Em muitas circunstâncias, acho que se trata de uma má ideia.
Se você quiser descobrir mais sobre o assunto, gravamos um pequeno vídeo que você pode conferir clicando aqui.