Já há muito que se afirma que o perfeccionismo é uma conduta defensiva, a relação com uma ideia imaginária ao mesmo tempo cruel, ineficaz e excessiva. O perfeccionismo na criação literária é uma receita para a paralisia e o constrangimento, ...
Como entender o nosso propósito, elaborar a nossa herança às vezes contraditória, discrepante? Minha história é o resultado de uma contadora de histórias, uma artista plástica e o diretor de um centro cultural. Antes de finalmente se aposentar, meu pai ...
Reencontrei há alguns dias esta crônica que escrevi em Xangai, na China, em 2019, em uma temporada asiática que fizemos naquele ano. Voltamos cinco meses antes daquele incidente zero que impediria todo mundo de viajar. Talvez estejamos passando pela lenta ...
Revisar um livro é uma delícia. É como um jogo de sete erros no qual o cálculo linguageiro procura sustentar uma estrutura de pequenos e grandes componentes. A revisão é o momento da arquitetura e da escultura. Do detalhe e da engenharia.
Então você escolheu se autopublicar, na esteira de um movimento vanguardista que tem permitido que novas vozes plurais da literatura sejam reconhecidas. No nosso último episódio de Prelo, prometemos enviar por e-mail os passos a tomar depois de publicar o seu livro.
Hoje, a ideia parecerá uma fantasia. Uma loucura.
Mas foi justamente o que me aconteceu em 2014. Recebi uma bolsa para escrever um romance e decidi que ele nasceria de uma viagem, uma versão mais leve dos projetos de um ano do artista taiwanês Tehching Hsieh. Já ouviu falar?
O medo é um lance ardiloso. Não importa que digam que se trata de um traço evolutivo importante, que se não fosse por ele nos atiraríamos na jaula do leão, nos trilhos do trem. Um afeto que nos garante a sobrevivência mas ameaça de tantas formas a vida me parece uma falha enorme na seleção natural.
Você recebe o e-mail de uma pequena editora. Na mensagem, o editor o congratula por seu original e diz que gostariam de publicá-lo. Mas tem um porém: eles cobram pelo serviço.
É uma dicotomia muito presente em oficinas:
“Tiago, como faço? Quando me preocupo em contar uma boa história, muitas vezes me esqueço da linguagem, do cuidado formal sobre o texto. Ou ao contrário, quando me aproximo da palavra, da sua fisionomia, a história perde o prumo.”